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Lançado em 1923, Harmonium de Wallace Stevens traz, ao todo, 74 poemas, dentre os quais encontramos alguns de suas criações mais celebradas e antologizadas: The Snow Man, Domination of Black, Anecdote of the Jar, The Emperor of Ice-Cream, “Thisteen Ways of Looking at a Blackbird e o poema longo Sunday Morning. O Stevens de Harmonium não possui o tom meditativo que adquirirá posteriormente em sua produção, e aqui seus poemas nos capturam de imediato a partir de uma superfície sonora: têm um caráter menos discursivo e mais imagístico, existem menos em favor de uma doutrina ou filosofia, mas “apenas em nome da magia – a magia da beleza, de um lado, e da magia da realidade, de outro” (The Critical Heritage. Edição: Charles Doyle. Londres: Routledge, 1997). É o que se pode observar, por exemplo, em Domination of Black, em que a simples repetição da palavra “themselves” faz ressoar não só a própria palavra, mas os fonemas circundantes, fazendo com que o poema revolva sobre si próprio do mesmo modo como as folhas retratadas rodopiam, giram e se repetem, levando a ressonâncias que inflamam o ar vertiginoso do poema:
At night, by the fire,
The colors of the bushes
And of the fallen leaves,
Repeating themselves,
Turned in the room,
Like the leaves themselves
Turning in the wind.
Yes: but the color of the heavy hemlocks
Came striding.
And I remembered the cry of the peacocks. (...)
Wallace Stevens é um dos poetas mais prolíficos e importantes do modernismo estadunidense. Dotado de impressionante sofisticação técnica e virtuosismo formal, é um poeta que trabalha sua profunda erudição a partir de um absoluto controle de jogos sonoros e rítmicos empregados para criar imagens vívidas, inesperadas e multicoloridas. Nascido em 2 de outubro de 1879 em Reading, na Pensilvânia, sua biografia é bastante diferente da imagem que costumeiramente atribuímos à vida de poetas: não era um boêmio-maldito como Baudelaire, muito menos um enfant terrible aos moldes de Arthur Rimbaud. Após ter cursado a Universidade de Harvard por três anos como aluno especial e ter estudado direito na New York Law School, passou a maior parte da sua vida trabalhando como um executivo em uma grande companhia de seguros em Hartford, Connecticut, chegando ao cargo de vice-presidente da empresa. Sempre trajando ternos, um tanto sério e até taciturno em seus modos diários — “os holandeses são todos assim”, escreveu certa vez em carta, trazendo à tona a origem neerlandesa de sua família —, não refletia em sua vida quotidiana a exuberância de sua mente criativa. Assim, não surpreende que somente ao final de sua vida — ou mesmo após a sua morte, em 2 de agosto de 1955 – alguns de seus colegas de trabalho vieram a descobrir que Stevens era não apenas um poeta, mas um poeta de grande estatura.
Vanderley Mendonça
